Esta será uma série de posts traduzidos e adaptados diretamente do livro No More Mr. Nice Guy de Robert A. Glover, publicado pela Barnes & Noble Digital, o qual merecem todos os créditos.
Link para o primeiro capítulo: A Síndrome do Bonzinho: Introdução
O que cria um Cara Bonzinho
Eu concluiu o capítulo anterior com a pergunta: “Por que pareceria racional para uma pessoa para tentar eliminar ou ocultar certas coisas sobre si mesmo e tentar se tornar algo diferente a menos que houvesse uma razão significativa convincente para ele fazer isso? Por que as pessoas tentam mudar o que realmente são? ”
Depois de passar anos examinando a Síndrome do Cara Bonzinho de todos os ângulos possíveis, só há uma resposta a esta pergunta que faz sentido:
Porque ele não se sente seguro ou aceitável como individuo e como homem sendo apenas quem ele é. Tornar-se um cara bonzinho é uma forma de lidar com situações em que não se sente seguro nem aceitável como um menino ou homem sendo apenas quem ele é. Além disso, a única coisa que faria uma criança ou um adulto esse auto-sacrifício tentando se tornar algo diferente é a crença de que ser apenas quem ele é necessariamente uma coisa ruim e/ou perigosa.
O premissa deste livro é que, durante seus anos de formação, todos os Caras Bonzinhos receberam mensagens de seus famílias e do mundo em torno deles que não era seguro, aceitável, ou desejável para eles fossem quem eram, como eram. Assim como é que Caras Bonzinhos receberam essas mensagens e por que eles respondem a elas da maneira como o fizeram? O atual capitulo é um curso curto sobre como as famílias e a sociedade em volta fazem meninos perfeitos tornarem-se homens que acreditam que têm que ser “bons”, ase quiserem ser amados.
Abandono
O tempo mais impressionante na vida de um indivíduo é desde o nascimento até cerca de cinco anos. Nesses primeiros anos de idade é que a personalidade de uma criança é mais significativamente influenciada pelo meio ambiente. É nessa época que seus paradigmas começam a ser estabelecidos. Durante este tempo as mais fortes influências são geralmente transmitidas pelos pais da criança e pela família, este é o lugar onde devemos começar o nosso exame das origens da Síndrome do Cara Bonzinho.
Lá são dois fatos importantes que devemos entender sobre crianças. Primeiro, quando as crianças vêm ao mundo são totalmente indefesas. Elas são dependentes dos outros para reconhecer e responder às suas necessidades de uma maneira adequada, sensata. Como resultado desta dependência, o maior medo de cada criança é o abandono. Para as crianças, o abandono significa morte.
Em segundo lugar, as crianças são ego-centradas. Isso significa que elas acreditam que elas são inerentemente o centro do universo e tudo gira em torno delas. Portanto, elas acreditam que elas são a causa de tudo o que lhes acontece.
Estes dois fatores – o medo de abandono e seu ego-centrismo – criam uma dinâmica muito forte para todas as crianças. Sempre que uma criança experimenta qualquer tipo de abandono ela vai sempre acreditar ela é a causa disso que aconteceu. Estas experiências de abandono podem incluir qualquer uma das seguintes experiências:
- Ele está com fome e ninguém o alimenta.
- Ele chora e ninguém o atende.
- Ele está solitário e ninguém presta atenção nele.
- O pai fica com irritado com ele.
- O negligencia dos pais dele.
- O pai coloca expectativas irreais sobre ele.
- O pai usa-o para satisfazer suas próprias necessidades.
- O pai o envergonha.
- O pai bate nele.
- O pai não o deseja.
- O pai deixa esperando e não voltar em tempo hábil.
Porque toda criança nasce em um mundo imperfeito e em uma família imperfeita, cada criança tem experiências de abandono. Apesar de sua crença de que eles são a causa destes acontecimentos dolorosos, de fato, essa é uma interpretação errada da sua vida, as crianças não têm outra maneira de compreender o mundo.
Vergonha Tóxica
Estas experiências de abandono e ingenuidade, a interpretação egocêntrica delas, cria uma crença em algumas crianças que não é aceitável para elas serem quem são, como elas são. Elas concluem que deve haver algo errado com elas, isso deve fazer com que as pessoas importantes em suas vidas as abandonem. Elas não têm nenhuma maneira de compreender que as suas experiências de abandono não são causados por algo sobre elas, mas pelas pessoas que foram incapazes de reconhecer e satisfazer as suas necessidades.
Esta ingenuidade, a interpretação egocêntrica de suas experiências de abandono cria um estado psicológico chamado vergonha tóxica. Vergonha tóxica é a crença de que alguém é intrinsecamente ruim, com defeito, diferente, e isso cria dificuldades de ser aceito e amado. Vergonha tóxica não é apenas uma crença de que a pessoa faz coisas ruins, é uma crença central profundamente que alguém é ruim.
Mecanismos de Sobrevivência
Como resultado dessas experiências de abandono e a interpretação defeituosa desses eventos, todas as crianças desenvolvem mecanismos de sobrevivência para ajudá-las a fazer três coisas muito importantes:
1) Tentar lidar com o estresse emocional e físico de ser abandonada.
2) Tentar impedir que eventos semelhantes aconteçam novamente.
3) Tentar esconder sua vergonha tóxica internalizada (ou maldade
percebida) sobre si mesmas e perante aos outros.
Crianças encontram uma infinidade de maneiras criativas para tentar atingir essas três metas. Sua visão, experiência e os recursos são limitados, estes mecanismos de sobrevivência são muitas vezes ineficazes e às vezes, aparentemente ilógicas. Por exemplo, uma criança que está se sentindo só pode portar-se mal de uma forma que é certa para atrair a atenção de seus pais em uma maneira negativa. Mesmo que possa parecer ilógico para uma criança fazer algo que chama a atenção de forma dolorosa ou negativa, as consequências do comportamento podem não serão piores que sentir-se só
ou isolada.
Tentar ser “bom” – tentando se tornar o que ela acredita que os outros querem que ele seja – é apenas um dos muitos roteiros possível que um menino pode formar, como resultado de experiências da infância de abandono e da internalização da vergonha tóxica.
O Origem do paradigma de Cara Bonzinho
Na primeira vez em que comecei a explorar minhas próprias atitudes e comportamentos de Cara Bonzinho eu não tinha idéia de como todas as peças se encaixavam. Eu acreditava que eu vim de uma família muito boa e tinha vivido uma vida muito boa. Quando eu comecei a observar os outros homens com características semelhantes às minhas, eu encontrei a mesma falta de visão geral sobre as origens de seus próprios padrões emocionais e comportamentais.
Quando questionado sobre sua infância, Caras Bonzinhos freqüentemente me dizem que cresceram em lares “perfeitos”, “grandes”, “saudáveis”. No entanto, esses homens aprenderam a esconder as suas falhas e tentaram tornar-se aquilo que acreditavam que os outros queriam que eles fossem. Esses fatores indicam que em algum momento inicial de suas vidas, as circunstâncias eram menos que ideais.
Alan, Jason, e José são todos Caras Bonzinhos. Cada um desses homens tiveram experiências de infância diferentes. Todos eles são únicos na maneira que seus roteiros comportamentais de Cara Bonzinho são jogados fora em suas vidas adultas. Apesar dessas diferenças, todos eles desenvolveram uma crença central na infância que eles não eram OK, como eles de fato eles eram.
Como resultado da sua vergonha tóxica internalizada, cada um desenvolveu um paradigma de vida que envolveu buscar aprovação e esconder falhas percebidas. Todos esses homens acreditavam que essas estratégias de vida eram necessárias se pudessem fornecer alguma esperança de faze-los amados, tendo suas necessidades atendidas, e terem uma vida livre de problemas.
Alan
O mais velho de três filhos de uma família monoparental, Alan se orgulhava de nunca ter causado a sua mãe um momento de dor. Quando criança, ele teve um bom desempenho nos esportes e na escola. Ele acreditava que essas coisas o distinguem de seus irmãos e isso fez sua mãe orgulhosa. Alan foi a primeira pessoa da família a obter um diploma universitário, um outro fator que acreditava fez dele especial.
Pai de Alan, um alcoólatra, abandonou a família quando Alan tinha sete anos. Em uma idade adiantada, Alan tomou uma decisão a ser 180 graus diferente de seu pai. Como resultado, ele se orgulhava de ser paciente e dar. Alan trabalhou duro para não ficar com raiva ou degradante como seu pai. Ele era um ativo líder em seu grupo de jovens na igreja e nunca bebeu álcool ou usou drogas quando adolescente.
Mãe de Alan, uma cristã fundamentalista, Alan cresceu em uma seita que pregava o inferno de fogo e enxofre. Ele chegou a acreditar que ele era um “pecador” por ter pensamentos normais, impulsos e comportamentos. Embora ele sempre trabalhou duro para ser um bom cristão, viveu com um medo constante de que ele poderia cometer um erro e sofrer a punição eterna.
Alan acreditava que sua mãe era uma santa.Ela faria qualquer coisa para seus filhos. Ela ouvia e não era crítica. Freqüentemente, ela e Alan se solidarizavam com os outros sobre todas as coisas “más” que seu pai o fez. Em mais de uma ocasião, a mãe de Alan disse-lhe que ela estava tentando criar seus filhos para ser diferente de seu pai. Ela queria que eles fossem doadores, pacíficos e respeitosos das mulheres. Como um adulto, Alan ainda
permanece em contato próximo com sua mãe e faz tudo o que puder para ajudar a tornar sua vida mais fácil.
Jason
Jason, apresentado no Capítulo Um, acreditava que ele cresceu em uma “Leave it to Beaver” da família. Na realidade, ambos os pais de Jason viveu seus filhos. Embora ele viu a sua infância como “ideal”, na realidade, seus pais usado ele e seus irmãos para atender suas próprias necessidades. Jason acreditava que seus pais foram “perfeito”.Ele os descreveu como sendo rígida e superprotetora. Ele reconheceu que estava abrigada e sexualmente ingênuo e admitiu que ele poderia ter sido sufocada por seus pais.
Jason pai de perto dirigiu a família.Jason relatou que seu pai ainda tentou controlar a vida de Jason. Jason compartilhada uma prática de quiropraxia com seu pai que dirigia o negócio e disse que Jason casa, ele deve comprar, o carro para dirigir, e que igreja ele deveria comparecer. Jason descreveu sua mãe como “uma mulher maravilhosa e amorosa.”Ele relatou que ela estava sempre envolvida com as crianças. Sem amigos dela
própria, ela se voltou para os seus filhos como sua companhia e afirmação de seu valor.
Jason não podia se lembrar de seus pais mostrando muito carinho um ao outro. Ele não podia imaginá-los tendo relações sexuais, e se perguntou como eles fizeram três filhos. Mesmo que eles fizessem um monte de coisas com as crianças, ele não conseguia se lembrar delas, nunca saiam ou tiravam umas férias apenas com eles mesmos.
Como um adulto, Jason tentou viver de acordo com a imagem da perfeição retratada por seus pais. Tudo o que ele fez foi calculado para obter uma boa aparência: ele parecia um bom marido, bom pai, um bom cristão e um bom profissional. Apesar de todos os seus esforços, ele sempre se sentiu inadequado e deficiente em comparação com seus pais.
Jose
Um consultor de negócios bem sucedido, José temia relacionamentos íntimos. José foi muito educado e tinha um carreira altamente estressante. Ele era fisicamente ativo e sua idéia de recreação estava relacionada a um passeio de bicicleta de cem milhas ou escalar uma montanha. Ele reprimiu sua raiva e tentou nunca dizer nada que possa perturbar ninguém. Ele se via como controlador e reconheceu que escolheu o “reconhecimento” como droga.
Jose é atraído para mulheres dependentes. Ele parecia ser atraído para os sobreviventes de um incesto. Ele permaneceu em seu relacionamento atual, porque ele estava preocupado com o bem-estar financeiro de sua namorada.
Ele tinha medo que ela não ficaria bem se ele saísse. Jose reconheceu abertamente que ele veio de uma família disfuncional. Ele foi o segundo de sete filhos de uma família de classe baixa. Em torno de 14 anos de idade, ele assumiu o papel de pai seus irmãos mais novos. José relatou que havia um caos tremendo em sua família e ele viu seu trabalho
como meio de proteger seus irmãos e irmãs dos efeitos da crise familiar.
Jose via seu pai como raivoso, controlador e manipulador. Ele era explosivo e agressivo com os meninos e sexualmente abusivo com as meninas. A mãe de José mãe era depressiva. Ela tinha um grandes problemas de temperamento e teve um momentos difíceis e teve que usar medicação. Quando ela estava maníaca, a casa estava impecável, ela iria falar de políticos divertidos e socialites, e ela iria começar destrutivas relações sexuais.
Quando ela estava deprimida, ela mantinha as janelas cobertas, a casa tornou-se um desastre, e ela ameaçava se matar. Quando ele tinha 15 anos, José teve que quebrar uma porta trancada e tirar uma arma carregada de sua mãe. Ela vinha ameaçando suicídio, enquanto todos os sete filhos ficaram amedrontados. José viu esse cenário típico acontecendo em sua casa.
Jose trabalhou duro toda a sua vida para ser diferente de sua família. Sua família levavá-o num pedestal e ele foi o único a quem todos se voltavam sempre que tinham um problema. Como um membro da família trabalhava consertando o caos. Como consultor de negócios trabalhava consertando o caos. Seu papel nas relações era para consertar o caos. O roteiro da vida de José exigia caos, porque sem isso, ele não teria serventia.
Jose considerada sua inteligência normal, ética, trabalho e sua capacidade de resolver “salvadora”. Por conta desses fatores, ele acreditava, que isso lhe permitiu escapar de sua disfunção familiar e fazer algo por si mesmo. Sem elas, ele estava convencido, ele teria terminado exatamente como seus pais e o resto dos seus irmãos.
Desenvolvimento das Crianças
Alan, Jason e José tiveram experiências da infância muito diferentes, mas todos desenvolveram um roteiro semelhante que norteou suas vidas. Cada um, de várias maneiras, internalizou a crença de que não era OK o bastante, assim como eles de fato eram e sua sobrevivência dependia de se tornarem algo diferente. Para nos ajudar a ligar os pontos e ver como três experiências de infância muito diferente poderiam criar três homens com paradigmas de vida muito semelhantes, pode ser útil fazer uma rápida revisão dos princípios de desenvolvimento infantil apresentados anteriormente neste capítulo.
1) Todas as crianças nascem totalmente indefesas.
2) O maior medo de uma criança é o abandono.
3) Todas as crianças são egocêntricas.
4) Todas as crianças têm inúmeras experiências de abandono – as suas necessidades não são atendidas de maneira adequada, oportunamente.
5) Quando uma criança tem uma experiência de abandono, ela sempre acredita que ela é a causa.
6) Esta má interpretação ingênua cria a vergonha tóxica – a crença de que ela é “ruim”.
7) As crianças desenvolvem mecanismos de sobrevivência para tentar lidar com suas experiências de abandono, tentam impedir que essas experiências aconteçam novamente, e tentam esconder a sua “maldade” de si mesmas e dos outros.
8) Estes mecanismos de sobrevivência na infância refletem a impotência inerente das crianças e uma visão ingênua de si mesmas e do mundo.
Partindo de Meninos Perfeitos até Caras Bonzinhos
Os princípios acima podem ser aplicadas às experiências de infância de Alan, Jason, José, e todos os outros Caras Bonzinhos descritos neste livro. A progressão do menino perfeito para tornar-se um Cara Bonzinho ocorre basicamente em três etapas: a internalização do abandono, a vergonha tóxica, e a criação de mecanismos de sobrevivência.
Abandono
Como todos os Caras Bonzinhos, Alan, Jason, e José foram abandonados de várias formas:
Alan e José tinham um pai irritado ou crítico que se relacionavam demonstrando que eles não eram adequados, assim como eles de fato eram. Alan adorava a sua mãe, mas ela não iria intervir quando seu pai atacava Alan. Isto implicava que ele entendia não valia a pena ser protegido. Alan chegou a acreditar que ele tinha que ser diferente de seu pai e ser visto como um bom homem e tinha que ser amado por sua mãe.
Alan e Jason foram usados como objetos de um projeto de vida dos seus pais. Eles sempre foram avaliados se seriam capazes de fazer as coisas “direito” e nunca serem um problema. Eles sempre eles apenas seriam bem quistos quando atendessem as expectativas de seus pais. Jason acreditava que seus pais eram “perfeitos”, ele sempre se sentiu falho e insuficiente em relação a eles. Nenhum dos pais de José forneceu qualquer orientação, carinho, ou de apoio. Isso lhe comunicava que ele foi de pouco ou nenhum valor para eles.
Alan e Jason cresceram em igrejas fundamentalistas que reforçaram a necessidade de serem perfeitos e sem pecado. Não fazer isso significaria um castigo eterno. José acreditava que ele seria valioso, se ele fosse diferente de sua família louca. Todos três – Alan, Jason, e José – acreditavam que as necessidades de alguém eram mais importantes do que suas próprias – uma ocorrência comum em famílias Bonzinhas.
Todas dessas experiências representaram uma forma de abandono, porque eles diziam a estes meninos que não eram adequados e suficientes, assim como eles eram.
Vergonha
Independentemente de terem sido abusados, abandonados, negligenciados, envergonhados, usados, sufocados, controlados ou serem objetos de um projeto que não os contemplava, todos os Caras Bonzinhos internalizaram a mesma crença – de que era uma coisa ruim ou perigosa para eles serem apenas quem eles eram.
Algumas destas mensagens foram transmitidas pelos pais abertamente quando não tinham nenhuma preocupação com o bem-estar da criança. Algumas foram comunicadas indiretamente por pais amorosos que também eram muito jovens, oprimidos, ou distraídos para proporcionarem um ambiente estimulante para seus filhos. Às vezes, essas mensagens foram comunicadas por circunstâncias que estiveram além do controle de qualquer um.
Em cada situação, a criança acredita que esses eventos e as circunstâncias ocorreram por conta dele. Ele acreditava que havia algo nele que causou o acontecimento dessas coisas. Utilizando a lógica infântil, ele concluiu: “Deve haver algo errado comigo porque . “Preencher o espaço em branco”
Quando eu chorei, ninguém veio.
Mamãe olhou-me com aquela cara de insatisfação. Meu pai deixou-a e não voltou. Minha Mãe tem que fazer tudo para mim, sou um grande fardo. Meu pai grita comigo. Não sou perfeito, como minha mamãe e papai. Não consigo fazer mamãe feliz.
Estas experiências da infância também o fizeram acreditar que: “Eu só sou bom o suficiente e amável quando .” Preencher o espaço em branco:
- Sou diferente do meu pai. Mãe precisa de mim.
- Eu não cometer erros. Eu tirarei boas notas.
- Eu estou feliz.
- Eu gosto do meu irmão.
- Eu não causo qualquer problemas. Eu faço minha mãe e meu pai felizes.
Mecanismos de Sobrevivência
Como resultado de suas experiências de infância de abandono e à interpretação imprecisa desses eventos, todo Cara Bonzinhos desenvolveu mecanismos de sobrevivência para ajudá-los a fazer três coisas muito importantes:
1) Tentar lidar com a dor e o terror causados por suas experiências de abandono.
2) Tentar impedir que essas experiências de abandono ocorram novamente.
3) Tentar esconder sua vergonha tóxica de si mesmos e dos outros.
Para Caras Bonzinhos, estes mecanismos de sobrevivência tomaram a forma
de paradigma de vida:
- Se eu puder esconder meus defeitos e tornar-me o que eu acho que os outros querem que eu seja
- ENTÃO eu vou ser amado, ter as minhas necessidades atendidas, e ter uma vida livre de problemas.
Este é o paradigma dele, formado na infância, que orienta e controla tudo o que os Caras Bonzinhos fazem em suas vidas adultas. Mesmo que seja com base em interpretações defeituosas dos eventos da infância, esse é o roteiro destes homens. Caras Bonzinhos acreditam que este mapa é preciso, e se eles conseguirem segui-lo corretamente, eles devem chegar ao seu local desejado – uma vida suave e feliz. Mesmo que este roteiro de vida seja muitas vezes altamente ineficaz, Caras Bonzinhos frequentemente continuam apenas tentando cada vez mais, fazendo mais do mesmo, esperando resultados diferentes.
Dois Tipos de Cara Bonzinhos
O mecanismos de sobrevivência que os Caras Bonzinhos desenvolveram para lidar com suas experiências de abandono e a vergonha tóxica internalizada são geralmente manifestadas de duas maneiras. A primeira forma, o cara bonzinho exagera na sua crença sua sobre não ser adequado e acredita que ele é o pior tipo de pessoa. Eu chamo esse comportamento de homem “Eu sou um tipo tão ruim” de Cara Bonzinho.
O “Eu sou um tipo tão ruim” Cara Bonzinho está convencido de que todos podem ver o quão ruim ele é. Ele pode dar exemplos concretos de mau comportamento na infância, adolescência e idade adulta que alimentam a sua crença central sobre si mesmo. Ele pode dizer de quebrar janelas e recebendo chicotadas como um menino. Ele irá revelar que teve conflitos com a lei e fez sua mãe chorar quando ele era adolescente. Ele vai te contar sobre bebedeiras, fumo, uso de drogas e orgias na faze adulta. Ele está convencido de sua única esperança de ter qualquer tipo de felicidade na vida consiste em tentar fazer o melhor para mascarar sua maldade inerente. Ele nunca realmente acredita que alguém iria comprar sua cara de Persona Agradável, mas não acho que ele tem outra escolha.
O segundo tipo de Cara Bonzinho é o “Eu sou tão bom” Cara Bonzinho. Este homem lida com sua vergonha tóxica reprimindo sua crença central sobre a sua inutilidade. Ele acredita que é um dos caras mais legais que você poderá encontrar. Como ele está consciente de todas as falhas percebidas, elas são vistas como menores e corrigíveis facilmente. Enquanto criança, nunca foi problema em nenhum momento. Quando adolescente, ele fez tudo certo. Como um adulto, ele segue todas as regras. Este Cara Bonzinho tem redobrado sua crença central sobre sua “inadequação”, mesmo de forma
inconsciente. Ele mascara sua vergonha tóxica com a crença de que todas as coisas boas que ele faz são capazes de torná-lo uma boa pessoa.
Mesmo que embora os dois tipos de Caras Bonzinhos possam diferir em sua percepção consciente de sua vergonha tóxica, operam a partir do mesmo paradigma de vida. Todos Caras Bonzinhos acreditam que não são suficientes e adequados assim como são e, portanto, devem esconder suas falhas e se tornarem o que eles acreditam que outras pessoas querem que eles sejam. Eu faço essa distinção entre os dois tipos de Cara Bonzinhos, para ajudar a ver as suas distorções. Nenhum é tão mau ou bom quanto eles se julgam. Ambos são almas feridas de funcionamento operando a partir de um sistema
de crenças baseadas na percepção imprecisa dos acontecimentos de sua infância.
O Geração Baby Boom e a Percepção dos Caras Bozinhos
Cada criança já experimentou diversas formas de abandono. Há muitas maneiras nas quais as crianças podem interpretar e responder a esses eventos. Como dito acima, se tornando um cara bonzinho é apenas uma das muitas reações possíveis. As experiências da infância descritas acima provavelmente não serão suficientes para dar conta da multidão de Caras Bonzinhos que eu encontro regularmente.
Eu tenho dúvidas se os Caras Bonzinhos sempre existiram. Tenho certeza de que nunca houve uma escassez de garotos da mamãe e maridos bajuladores e submissos. Acredito que muitos meninos nascem com um temperamento pacífico e generoso e cresceram para serem pacíficos, homens generosos. Mas depois de anos de trabalho com inúmeros homens, estou convencido de que uma combinação única da dinâmica social ao longo das últimas cinco décadas tem produzido uma enormidade de Caras Bonzinhos em quantidade sem precedentes históricos.
Para compreender verdadeiramente os fenômenos atuais da Síndrome do Cara Bonzinho, temos que levar em conta uma série de mudanças sociais significativas, que começaram por volta da virada do século e aceleraram após a Segunda Guerra Mundial. Estas dinâmicas sociais incluíram:
- O transição de uma economia agrária para uma economia industrial.
- O movimento de famílias das áreas rurais para áreas urbanas.
- O ausência do pai em casa.
- O aumento do divórcio, lares monoparentais, e casas chefiadas por mulheres.
- Um sistema educacional dominado por mulheres.
- Libertação da mulher e feminismo.
- A Guerra do Vietnã.
- A revolução sexual.
Estes eventos combinados tiveram um grande impacto sobre os rapazes que cresceram nesta época. Estas mudanças sociais tão profundas criaram três dinâmicas que contribuíram para o fenômeno generalizado da Síndrome de Cara Bonzinho na geração baby boom.
1) Meninos foram separados de seus pais e de outros modelos masculinos significativos. Como resultado, os homens tornaram-se desconectados de outros homens em geral e ficaram confusos quanto ao que significa ser do sexo masculino.
2) Meninos foram deixados para serem criados por mulheres. O trabalho de transformar meninos em homens foi deixado para mães e um sistema escolar dominado por mulheres. Como resultado, os homens e o modelo de masculinidade foi concebido por mulheres e tornaram-se dependentes da aprovação das mulheres.
3) Feminismo radical implícito que definia que os homens eram maus e/ou desnecessários. As mensagens que o feminismo radical promoveu formou a crença sobre muitos homens que se eles queriam ser amados e ter suas necessidades atendidas, eles deveriam se tornar o que eles acreditavam que as mulheres queriam que eles fossem. Para muitos homens, isso significava tentar esconder os traços que possam levá-los a ser rotulados como “maus” homens.
História do Século XX
Segue um breve panorama de como algumas das mudanças das dinâmicas sociais da última metade do século 20 ajudaram a criar a safra de Caras Bonzinhos em nossa cultura.
A Perda de Pais
A mudança para uma sociedade de produção e uma migração urbana nos anos do pós-guerra deixou os pais longe de seus filhos em muitas famílias. Segundo o censo dos EUA, em 1910 um terço de todas as famílias moravam em fazendas. Em 1940, este número ficou reduzido a um em cada cinco. Em 1970, 96 por cento de todas as famílias moravam em áreas urbanas. Em uma sociedade agrária, meninos eram conectados com seus pais,
trabalhando ao lado deles nos campos. Este contato muitas vezes significava que a família estendia-se e que incluia avós, tios e primos. Este contato diário com os homens permitia aos meninos um modelo de masculinidade íntima.
Filhos aprenderam sobre ser do sexo masculino, observando seus pais, assim como seus próprios pais haviam aprendido observando seus pais. Como famílias migraram de áreas rurais para as cidades e subúrbios após a Segunda Guerra Mundial, o contato entre pais e filhos diminuiu significativamente.
Pais saíram de casa pela manhã e iam trabalhar. A maioria dos filhos nunca chegou a ver o que faziam seus pais, e tinham muito menos tem muito tempo para ficar com eles.
Pais tornaram-se indisponíveis de várias outras formas. Homens viciados em trabalho, TV, álcool, sexo e afastou-os de seus filhos. Aumento do divórcio começou a separar os meninos dos seus pais. Estatísticas do censo mostram que a incidência de divórcio entre os homens triplicou 1940-1970. Em 1940, pouco mais de cinco milhões de famílias eram chefiadas por mulheres. Em 1970, este número tinha quase triplicado e chegado a mais de 13 milhões de famílias.
Em geral, os Caras Bonzinhos com quem eu tenho trabalhado relatam não terem tido um relacionamento íntimo e próximo aos seus pais na infância. Às vezes, isso foi resultado de seus pais trabalhavam por longas horas, sendo afastados, ou sendo passivos. Mais frequentemente do que o inverso, Caras Bonzinhos descrevem seus pais em termos negativos. Que faz muitas vezes os mesmos serem vistos como controladores, raivosos, ausentes, abusivos, indisponíveis, viciados, mulherengos.
Não é incomum que em algum momento da infância os Cara Bonzinhos terem feito uma decisão consciente de serem diferente de seus pais. O indisponibilidade dos pais durante esta época forçou as mães muitas vezes a assumir o trabalho dos pais. Mulheres herdaram o trabalho de transformar meninos em homens. Infelizmente, mesmo as mães mais bem intencionadas não estão preparadas para ensinar a seus filhos como ser homens por si mesmas. Isso não as impediu de tentar.
Eu acredito que o número significativo de Caras Bonzinhos produzida nos anos 40, 50, e 60 é o resultado direto das mães e não, dos pais, ensinando seus filhos como serem do sexo masculino. Conseqüentemente, muitos Caras Bonzinhos têm adotado uma perspectiva feminina da masculinidade e se sentem confortáveis com sua masculinidade definida por mulheres.
O Sistema dominado pela Educação feminina
O sistema educacional moderno também tem contribuído para a dinâmica dos meninos sendo conduzidos por mulheres. Desde a Segunda Guerra Mundial, os meninos entraram em escolas dominadas por mulheres. Para a maioria dos meninos, os primeiros anos da escola tornam-se a formação básica sobre como agradar as mulheres. Do jardim de infância até a sexta série, eu tive apenas um professor do sexo masculino e seis do sexo feminino. Isso é o que acontece em muitas escolas.
Os homens representam apenas um em cada quatro professores em todo o país. No ensino primário, eles representam apenas 15% do corpo docente e esse número está em constante queda. Da creche à pré-escola elementar até a escola, meninos, na era pós-guerra, estavam cercados por mulheres.
Houveram poucos machos adultos a ajudá-los nessa experiência. Se um menino já estava desconectado de seu pai e treinado para agradar uma mulher, o sistema escolar ampliou esse condicionamento.
O Guerra do Vietnã
Em dos anos 60, a Guerra do Vietnã cristalizou o sentimento de alienação entre meninos muitos altos e seus pais. As linhas de batalha foram traçadas entre homens jovens protestando contra a guerra começou e perpetuado por seus pais. A geração de veteranos da Segunda Guerra Mundial não conseguia entender a ostentação da responsabilidade e da rebeldia social de seus filhos.
Os jovens desta geração se tornaram a antítese de seus pais e de um ordem social que resolve os problemas nacionais e internacionais com armas e bombas. O movimento anti-guerra criou uma nova raça de homens concentrados no amor, na paz e em evitar conflitos.
Libertação da Mulher
Durante Neste mesmo período de tempo, muitas mulheres estavam começando a trabalhar fora de casa, o controle de natalidade desde a nova liberdade e a libertação da mulher estavam em sua infância. Algumas mães durante a era Baby Boom poderia prever uma mudança nos papéis de gênero no horizonte próximo. Elas trabalharam para preparar seus filhos e filhas para o que estava por vir. Muitas dessas mães prepararam suas filhas para não precisar de um homem. Ao mesmo tempo, elas prepararam seus filhos para ser diferente de seus pais – pacíficos, doadores, carinhosos, e atentos às
necessidades de uma mulher.
O feminismo radical nos anos 60 e 70 projetou uma irritação generalizada contra os homens. Algumas feministas alegavam que os homens eram a causa de todos os problemas do mundo. Outras afirmavam que os homens eram apenas um incômodo desnecessário. Mais do que provavelmente, a maioria das mulheres nesta época não me sentia assim sobre os homens. No entanto, as mulheres foram significativamente provocadas a pronunciar a contribuição de um clima social que convenceu muitos homens que não era adequado serem apenas quem eles eram.
Epitáfios como “os homens são porcos” e “todos os homens são estupradores” eram proeminentes durante este tempo. Slogans do feminismo menos exaltado afirmava que “uma mulher precisa de um homem como um peixe precisa de uma bicicleta.” Homens que já estavam condicionados a olhar para as mulheres buscando sua definição e aprovação eram especialmente suscetíveis a esses tipos de mensagens. Este incentivo adicional para estes homens tentarem descobrir o que as mulheres queriam e tentarem tornar-se isso para serem amado e terem suas necessidades atendidas.
Masculinidade eufemista e Meninos-Homem
Robert Bly, o autor de João de Ferro, escreve sobre como as mudanças sociais da era baby boom criou uma nova raça de homens. Bly chama esses homens “masculinidade eufemista.” Ele escreve: “eles são adoráveis, pessoas valiosas – Eu gosto deles – eles não estão interessados em prejudicar a terra ou iniciar guerras. Há uma atitude gentil para com a vida em todo o seu ser e no seu estilo de vida. Mas muitos desses homens não são felizes. Você logo percebe a falta de energia neles.
Eles conservam sua vida, mas não são exatamente vivificados. Ironicamente, muitas vezes você vê esses homens com mulheres fortes que irradiam energia positiva. Aqui temos um homem bem alinhado, ecologicamente superior a seu pai, simpático e com total harmonia com o universo, mas ele mesmo tem pouca vitalidade a oferecer. “
Os Hábitos de homens altamente ineficazes
Como resultado do condicionamento social e familiar descrito acima, Caras Bonzinhos lutam para conseguir o que querem no amor e na vida. Devido a sua vergonha tóxica e os mecanismos de sobrevivência ineficazes, o roteiro que eles seguem não vai levá-los onde eles querem ir. Isso é frustrante. Mas ao invés de tentar algo diferente, seu paradigma de vida exige que eles continuem tentando mais, fazendo mais do mesmo.
Eu freqüentemente digo aos Caras Bonzinhos, “Se você continuar fazendo o que você sempre fez, você vai continuar recebendo o que você sempre recebeu.” Para reiterar o que eu ilustrei antes, Caras Bonzinhos previnem-se de conseguir o que querem no amor e na vida:
- Busca da aprovação dos outros.
- Tentando de esconder suas falhas e erros percebidos.
- Colocando necessidades e desejos de outras pessoas antes e das deles próprios.
- Sacrificando seu poder pessoal e fazendo o papel de uma vítima.
- Desassociando-se de outros homens e da sua própria energia masculina.
- Construindo relacionamentos que são menos do que satisfatórios.
- Criando situações em que eles não têm muito sexo bom.
- Deixam de viver todo seu pleno potencial.
Os próximos sete capítulos apresentarão um plano comprovado que mostrará a recuperação dos Cara Bonzinhos das formas mais eficazes de fazer algo diferente.
Continue a ler. É hora de você começar a obter o que deseja no amor e na vida.