Eneagrama 4: Infância

Este guia visa apresentar a teoria e tipologia do Eneagrama. Os posts serão traduções e adaptações do original, que merece todos os créditos: The Enneagram Institute e os livros de Riso-Hudson

Orientação Parental

“Quatros” são desconectados de ambos os pais. Na infância, não se identificavam nem com o pai, com nem a mãe (“Não sou igual a minha mãe. Não sou igual ao meu pai.”) Eles podem ter tido infâncias solitárias e infelizes como resultado dos problemas conjugais de seus pais, divórcio, doenças, ou simplesmente devido a conflitos de personalidade dentro da família.

Em alguns casos, “Quatros” podem ter tido infâncias relativamente normais, rotineiras e sem maiores eventos. Entretanto, mesmo com um ambiente acolhedor, eles não se viram refletidos em nenhum de seus pais: eles sentem que seus pais não o viram como realmente eram ou que o que seus pais forneceram a eles foi de certa forma irrelevante.

O conselho e as reações que eles obtiveram pareciam se aplicar a uma criança genérica, não a eles mesmos. Desprovidos de modelos de comportamento definitivos, “Quatros” como crianças se voltaram para seus sentimentos e imaginações como as principais fontes de informação sobre si mesmas através das quais poderiam construir suas identidades.

Desde a infância, “Quatros” sentiram-se essencialmente sozinhos na vida. Parecia-lhes que, por razões que não podiam entender, seus pais os rejeitaram, ou pelo menos que seus pais não se interessavam por eles. “Quatros”, portanto, sentiram que devia haver algo de profundamente errado com eles, que eles eram de alguma forma defeituosos porque seus pais não lhes deram o tipo de atenção que, como crianças, eles precisavam.

Como resultado, eles se voltaram a descobrir quem são. O autoconhecimento tornou-se o objetivo mais importante, o meio pelo qual eles esperavam encontrar alguma auto-estima. “Quatros” sentiram que, se pudessem descobrir quem são, não se sentiriam tão diferentes dos outros da maneira profunda e essencial que eles sentem.

No entanto, em vez que se criaram através da introspecção, “Quatros” ironicamente ficam presos na autoconsciência. A autoconsciência os aliena, tornando-os sensíveis e despertando sua agressividade para si e para os outros, particularmente seus pais.

Mas porque eles também se sentem impotentes para expressar sua agressividade ou para fazer qualquer coisa sobre sua situação, eles se afastam de seus pais e de outros, voltando suas agressões principalmente para eles mesmos.

Como a estrutura de relacionamento com seus pais era principalmente de desconexão, Quatros começam a desenvolver um senso de identidade do ego com base na diferença entre eles e as pessoas ao redor.

Havia poucas qualidades em seus pais com as quais se identificava, então Quatros começaram a inventariar todas as formas em que eram diferentes das pessoas que os rodeavam.

Eventualmente, essa sensação de diferença se torna uma parte fortemente desenvolvida e defendida de sua auto-imagem, e muitos Quatros têm dificuldade em ver as várias formas em que são como todos os outros. Ser “comum” torna-se uma visão assustadora, uma vez que a sensação de “ser único” parece ser um dos únicos blocos de construção estáveis ​​de sua identidade.

Ironicamente, embora Quatros se apeguem à sua “diferença”, eles também invejam e ressentem pessoas que parecem desfrutar de uma existência mais normal. Sua desconexão de seus pais também produz um anseio pelo “bom pai” – a pessoa que a verá como verdadeiramente é e validará o eu que está tentando construir.

Os Quatros costumam experimentar isso como uma busca de um companheiro ou parceiro ideal.

Eles muitas vezes projetarão esse papel em novos conhecidos, idealizando-os e fantasiando sobre a vida maravilhosa que eles terão juntos. Infelizmente, quando Quatros conhecem melhor a pessoa, eles ficam desencantados, percebendo que o outro não é o pai perfeito que os resgatará de todos os seus problemas. quatros veem muito rapidamente que a pessoa é apenas um ser humano comum: as “manchas” do outro logo se tornam o foco da atenção dos Quatro, e eles perdem o interesse pela pessoa.

Em pouco tempo estão de volta a sua busca fantasiosa novamente, mas geralmente com mais desespero para encontrar a pessoa “dos seus sonhos”.

11 comentários em “Eneagrama 4: Infância

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  1. Nossa depois dessa da até vontade de se matar pqp, parece até que não tem solução é nada bom em ser tipo 4

    1. Mas tem coisas boas sim! Leia em outros sites. Eu tbm sou tipo 4 e vejo essas descrições mais como uma dica do que preciso observar em mim e melhorar. Tente olhar por este ângulo, não somos tão difíceis de ajeitar. 😀

  2. quer saber? estou feliz! hehe
    o fato de existir o eneagrama é uma benção! nós, os Quatros, somos abençoados com o autoconhecimento e podemos ser felizes de verdade ao lidarmos com nossas fraquezas e assumirmos nossas forças ^-^

  3. Não acho que é errado ou que ser do eneagrama 4 não é nem um pouco bom, pra mim, a questão é que somo excessivamente auto conscientes sobre como lidamos com as pessoas, tentamos entender como as pessoas se encaixam em nossa realidade e como( parece ser que) os outros nos encaixam em suas realidades, isso não é ruim, nos conhecemos muito bem, sabemos quais são os nossos demônios, mas por ter uma visão tendenciosa para as diferenças, porque crescemos com esse mecanismo de proteção(não querer sentir o abandono e indiferença) virou automático olhar para as diferenças(muitas vezes negativas) ao invés de focar em como somos parte de uma grande maioria e esquecer que tem pessoas parecidas com a gente e que sofre por coisas do tipo, entender que não estamos sozinhos.

  4. Não seria possível o tipo 4 encontrar em Deus o “pai ideal” que é, na teoria, apresentado?

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