Traduzirei e adaptarei na íntegra, então se quiserem ver o original que merece todos os créditos esse é o link: MBTI-NOTES
Mecanismos de Defesa
Na teoria psicanalítica, a experiência do “eu” é referida como o ego. O ego tem certos limites em termos do que é considera ser ou não ser parte de si mesmo ou da própria identidade. À medida que a personalidade se solidifica através da experiência de vida, uma pessoa desenvolve desencadeantes emocionais onde certos tipos de pensamentos, sentimentos, impulsos, pessoas, objetos ou eventos são percebidos como indesejáveis ou inaceitáveis porque ameaçam os limites do ego.
Quando isso acontece, uma pessoa se engajará inconscientemente em autodefesa ou autoproteção. Sigmund Freud foi pioneiro no estudo dos mecanismos de defesa em um esforço para explicar as muitas estratégias que as pessoas usam para lidar quando a realidade se desenrola contrariamente às expectativas.
Os mecanismos de defesa são tentativas de contrariar ou refrear o estresse psicológico ou as emoções negativas e, como geralmente são implantados inconscientemente e habitualmente, é difícil saber exatamente quando e por que eles estão sendo ativados.
Às vezes, são necessários ao nos depararmos com situações altamente estressantes, emocionalmente traumáticas ou emergenciais, mas, em circunstâncias normais, a dependência a longo prazo deles pode arruinar nossa capacidade de se adaptar bem à vida, porque eles nos afastam do autoconhecimento crucial , eventualmente fragmentando o eu. Portanto, o alto custo de se usar um mecanismo de defesa é uma diminuição correspondente na autoconsciência e na inteligência emocional.
De um modo geral, quanto menor o nível de desenvolvimento do ego de uma pessoa, mais inconscientemente e automaticamente elas usam mecanismos de defesa. Os mecanismos de defesa são rotulados como não saudáveis quando produzem comportamentos disfuncionais que levam a conseqüências negativas, prejudiciais ou destrutivas.
Em contrapartida, mecanismos de defesa mais saudáveis são considerados menos nocivos porque tendem a ser empregados de forma mais consciente e madura, e às vezes podem produzir conseqüências positivas se forem usados adequadamente. Embora qualquer um possa, teoricamente, usar qualquer estratégia de adaptação que se queira, dependendo da situação, há alguma correlação entre o tipo de personalidade e os padrões dos mecanismos de defesa.
Aprender sobre os mecanismos de defesa permite que você:
- Torne-se mais consciente de quando você está usando-os de forma inadequada em termos de produzir mais mal do que bem.
- Exerça maior vontade e flexibilidade na escolha da estratégia de adaptação que é mais apropriada para a situação em questão.
- Desmantele gradualmente seu sistema de mecanismos de defesa quando interfere na consecução de seus objetivos, em manter relações saudáveis ou buscar seu auto-aperfeiçoamento.
Examine, tão honestamente quanto possível, quaisquer instâncias passadas nas quais você usou um mecanismo de defesa com um efeito fraco, procure padrões habituais ou perenes. Tenha uma ideia sobre os tipos de pessoas, eventos ou situações que o desencadeiam facilmente um mecanismo de defesa e refleta sobre se há uma maneira para você parar de usá-lo quando ele impede que você viva a vida sem problemas e com sucesso.
Uma vez que os mecanismos de defesa são geralmente ativados por emoções negativas (especialmente medo, vergonha, culpa, raiva), é aconselhável trabalhar em melhorar sua inteligência emocional para que você possa lidar diretamente com as emoções em vez de defender contra elas. Também é uma boa ideia ouvir o feedback que você recebe de outras pessoas sobre qualquer comportamento negativo, defensivo ou disfuncional.
Mecanismos de defesa não saudáveis
Atuação: Manifestar comportamentos extremos e/ou disfuncionais, geralmente por não poder utilizar meios normais para processar sentimentos de frustração, raiva, insatisfação, tristeza ou infelicidade.
Nocivo porque as emoções reprimidas conduzem inconscientemente a uma ação agressiva, destrutiva ou violenta. Comum em indivíduos com baixos níveis de desenvolvimento do ego.
Evitar: Tentar evitar ou escapar de situações que causam ansiedade ou estresse, muitas vezes por se perceber como incapazes de enfrentar um problema diretamente.
Nocivo porque os problemas são deixados para lá, as vezes se multiplicando ou piorando ao longo do tempo, reduzindo assim a auto-estima ao ponto de desamparo ou desesperança. Comum em Ps que são propensos a procrastinação, Fs que são propensos a evitar conflitos, Ns que não querem lidar com fatos e detalhes, Introvertidos que querem fechar-se do mundo e Extravertidos que querem evitar a auto-reflexão.
Pensamento de “Preto e Branco” ou “Tudo ou Nada”: Simplificar demais um problema para evitar pensar mais profundamente sobre ele, geralmente ao se recusar a considerar outras perspectivas, alternativas ou fatores ocultos que são altamente relevantes para entender a situação de forma completa e precisa.
Nocivo porque a falta de visão das nuances ou contexto leva à crenças defeituosas, prejudica a solução dos problemas ou leva a uma atitude insensível/desdenhosa. Comum em indivíduos com baixos níveis de desenvolvimento do ego, Fs que usam sua função inferior T de forma defensiva, Ts com um função F mal desenvolvida.
Compartimentalizar: Criar uma divisão estrita do sentido de si próprio em partes separadas, a fim de diminuir a plena conscientização e responsabilidade por suas ações (por exemplo, separando estritamente a vida privada da pessoa pública).
Nocivo ao acreditar que os diferentes papéis que se ocupa podem ser usados para justificar comportamentos inconsistentes, imorais ou hipócritas. Comum entre as pessoas em baixos níveis de desenvolvimento do ego, bem como Fe e Te dominantes não saudáveis.
Compensação: Tentar contrabalançar as fraquezas percebidas para sustentar a auto-estima e evitar confrontar os aspectos negativos de si mesmo, geralmente, enfatizando demais seus pontos fortes ou se valendo de ações que podem camuflar superficialmente falhas/erros.
Nocivo porque uma pessoa não enfrenta suas fraquezas e deficiências, tornando-se assim incapaz de uma melhora real. Comum em indivíduos que são propensos a padrões de loop dominante-terciária ou que estão “In the grip”.
Negação: Recusa consciente ou inconsciente de aceitar a realidade factual para evitar confrontar sentimentos dolorosos ou emoções negativas.
Nocivo porque uma pessoa se torna incapaz de ver e resolver seus problemas adequadamente, levando à consequências negativas ou a um efeito bola de neve. Comum em indivíduos com baixos níveis de desenvolvimento do ego.
Deslocamento: Redirecionar pensamentos, sentimentos ou impulsos negativos da fonte original de frustração em alguém/algo que é considerado “inferior” ou “mais seguro” para agir de forma prejudicial sem obter consequências graves, como mulheres, crianças, animais, objetos ou subordinados.
Nocivo porque torna uma pessoa mais propensa a ser abusiva ou exploradora. Comum em indivíduos com baixos níveis de desenvolvimento do ego.
Dissociação: Desconectando-se da consciência de um evento negativo em andamento, muitas vezes resultando em uma pessoa perdendo o controle de si mesma, da passagem do tempo ou da consciência do ambiente físico.
Nocivo quando uma pessoa não consegue curar seu senso fraturado de si mesmo e retornar a circunstâncias mais normais. Comum em indivíduos que sofreram abusos graves, trauma intenso ou choque extremo.
Fantasia: Usar a imaginação para escapar da realidade quando a vida não está se desdobrando de acordo com os desejos da pessoa, geralmente explorando realidades alternativas, embora não realistas, ou envolvendo desejos, evitando assim sentimentos de fracasso, tristeza ou decepção, através de substâncias nocivas, excesso de atividades que prendem à atenção, como filmes, seriados, games, gasto excessivo de tempo ou dinheiro, e saindo de festa à festa sem parar.
Nocivo quando a fantasia é usada em vez de tomar medidas efetivas para melhorar a si mesmo ou condições de vida, ficando assim preso em uma rotina.Comum em tipos Ne, Ns com uma função S mal desenvolvida e indivíduos com funções extrovertidas mal desenvolvidas.
Idealização: Criar um ideal perfeito para se concentrar nos aspectos positivos de uma situação e evitar confrontar os aspectos negativos.
Nocivo porque uma pessoa (repetidamente) se depara com o desapontamento por conta das expectativas irrealistas, tornando-se tornando rígido, delirante e/ou emocionalmente frágil. Comum em Ns com funções de julgamento mal desenvolvidas.
Identificação: Identificar ou refletir sobre as características de pessoas que são percebidas como ameaçadoras, muitas vezes como meio de obter aceitação social ou evitar castigos sociais.
Nocivo quando se evita assumir a responsabilidade ao perpetuar comportamentos abusivos, manipuladores, exploradores, agressivos ou violentos. Comum em indivíduos ao redor do desenvolvimento do ego do nível 2, bem como Fs com uma função T mal desenvolvida.
Intelectualização: Enfatizar o pensamento/razão/lógica para negar o contexto humano ou emocional de uma situação, geralmente como meio de se distanciar de sentimentos, emoções, impulsos, estresse ou ameaças indesejáveis.
Nocivo porque as emoções são reprimidas e, em seguida, conduzem ao comportamento inconscientemente, ou porque a “lógica pura” pode levar à falta de empatia ou insensibilidade ao sofrimento. Comum em Ts com uma função F mal desenvolvida, Fs que usam sua função inferior T de forma defensiva, bem como NJs com uma função de Ni não saudável.
Introspecção: Inconscientemente internalizar crenças, valores, atitudes ou comportamentos do ambiente social circundante como um meio de reduzir a dissonância cognitiva.
Nocivo quando uma pessoa se perde ou se torna mais suscetível ao pensamento delirante, ao pensamento coletivo ou à mentalidade da manda. Comum em indivíduos ao redor do desenvolvimento do ego do nível 2, bem como Fs com uma função T mal desenvolvida.
Isolamento: Separando mente e emoção para evitar o estresse ou a ansiedade que a recuperação/revitalização de uma situação negativa pode produzir.
Nocivo porque o fracasso em reconhecer as emoções impede que uma pessoa alcance o encerramento de uma experiência passada negativa. Frequentes em indivíduos que sofreram trauma, bem como indivíduos com uma função F mal desenvolvida.
Agressividade passiva: Usar meios passivos ou secretos para expressar sentimentos de insatisfação (não reconhecidos) pela pessoa/objeto/evento, muitas vezes porque não se pode lidar com as repercussões sociais de ser assertivo e verídico.
Nocivo porque os comportamentos tornam os relacionamentos íntimos impossíveis, e porque uma pessoa é mais propensa a desenvolver uma reputação como inautêntica ou não confiável (uma vez que a agressão passiva é facilmente detectada pelos outros). Comum em indivíduos com baixa inteligência emocional devido a uma função F não saudável.
Projeção: Atribuir as características, fraquezas, pensamentos, sentimentos ou impulsos indesejáveis de uma pessoa a outra pessoa que não as sofre factualmente (devido à falta de percepção de si mesmo).
Nocivo porque produz grandes incompreensões que destroem os relacionamentos e porque negar as fraquezas pessoais torna impossível o auto-aperfeiçoamento. Comum em indivíduos com baixos níveis de desenvolvimento do ego.
Racionalização: Reformular ou reinterpretar o motivo/explicação de um evento negativo de tal forma que se pode evitar assumir a responsabilidade pelo seu papel na causa (também conhecido como desculpas).
Nocivo porque uma pessoa não pode aprender com seus erros, provavelmente irá repeti-los. Comum entre indivíduos que são propensos a entrar no loop dominante-terciária, indivíduos com funções de julgamento mal desenvolvidas e indivíduos que abusam de sua função N.
Formação de reação: Converter pensamentos, sentimentos ou impulsos indesejados em seus opostos, às vezes como um meio para evitar que sejam detectados pelos outros (por exemplo, ser extra agradável com alguém que você não gosta intensamente).
Nocivo porque resulta em falta de integridade e emoções negativas como culpa, vergonha ou ódio de si mesmo. Comum em Fs com baixa inteligência emocional.
Regressão: Reversão a estados anteriores de desenvolvimento psicológico quando sobrecarregado pelo estresse ou pensamentos/sentimentos negativos.
Nocivo porque os comportamentos imaturos ou infantis de uma pessoa podem resultar em conseqüências negativas quando adultos. Frequentes em indivíduos que sofreram trauma, bem como indivíduos em níveis mais elevados de desenvolvimento do ego quando sob estresse prolongado.
Repressão: Tentativas inconscientes de esquecer ou bloquear pensamentos, sentimentos, impulsos ou memórias que são percebidas como ameaçadoras ou indesejáveis.
Nocivo porque o senso de si próprio se fragmenta e porque não reconhecer fatos leva a crenças defeituosas ou a ações ineficazes. Comum em indivíduos que sofreram trauma, bem como indivíduos em níveis baixos de desenvolvimento do ego.
Renúncia: Aceitando problemas existentes ou circunstâncias negativas como inevitáveis ou imutáveis para reduzir ansiedade/preocupação.
Nocivo porque permanece em situações insalubres, ameaçadoras ou perigosas, tornando-se passivo e desamparado. Comum em Si dominantes, indivíduos que abusam da função Si e indivíduos que são propensos ao loop dominante-terciária introvertido.
Tolerância autônoma: Exagerar sua importância, conquistas ou qualidades positivas para desviar ou evitar confrontar críticas por qualidades negativas.
Nocivo porque torna impossíveis as relações íntimas, ou porque conduz a um comportamento narcisista mais grave. Comum em TP, indivíduos que usam mal a função Ti ou Ni e indivíduos em torno de desenvolvimento de ego de nível 3.
Comparação social: Comparar-se com alguém que é percebido como “pior” ou se associar a alguém que é percebido como “melhor” para aumentar artificialmente a auto-estima.
Nocivo porque leva a um senso fraco de si e evita que uma pessoa desenvolva autoconfiança genuína e uma auto-imagem realista. Comum em indivíduos em torno do desenvolvimento do ego do nível 2, bem como indivíduos que abusam de suas funções Fe, Te ou Se.
Somatização: Quando o estresse psicológico torna-se doenças físicas ou queixas, muitas vezes devido a adiar o estresse ou as emoções negativas por muito tempo ou não saber como verbalizar/articular sofrimento emocional, talvez até evitado como forma de obter simpatia dos outros.
Nocivo porque uma pessoa se torna incapaz de identificar a verdadeira fonte de seus problemas. Comum em crianças, NP com função Si não saudável, indivíduos com baixa inteligência emocional.
Supressão: Tentativas conscientes para se livrar de pensamentos, sentimentos, impulsos indesejáveis ou estados psicológicos ameaçadores.
Nocivo porque não funciona e, em vez disso, pode levar a sentimentos de fracasso, culpa, vergonha ou auto-aversão. Comum em Ts com uma função F não saudável, bem como Fs com baixa inteligência emocional.
Desfazendo: Sentir-se fortemente compelido a compensar comportamentos inaceitáveis ou prejudiciais que foram feitos de forma inconsciente, geralmente contrabalançando o dano que foi feito na esperança de que o “errado” seja “corrigido” (por exemplo, ser extra agradável com alguém que você criticou, mas sendo claramente falso).
Nocivo porque a intenção por trás dos comportamentos é auto-centrada e não contabiliza adequadamente o bem-estar da outra pessoa. Comum em indivíduos com baixos níveis de desenvolvimento do ego que não podem admitir ou pedir desculpas por erros (muitas vezes devido ao orgulho excessivo), TJs que tendem a agir insensivelmente, NJs que freqüentemente sofrem arrependimento, Fs que se envolvem reflexivamente na culpa/acusação como meio para desviar-se das críticas.
Mecanismos de defesa mais saudáveis
Altruísmo: Usar da bondade, positividade, empatia ou serviço para outros como meio de difundir os aspectos negativos de uma situação.
Pode ser prejudicial se feito em detrimento do bem-estar pessoal. Comum em indivíduos em níveis superiores de desenvolvimento do ego.
Antecipação: Antecipar o que acontecerá no futuro para ensaiar mentalmente ou se preparar psicologicamente para circunstâncias estressantes ou negativas.
Pode ser prejudicial se levar à paralisia na tomada de decisões, catastróficas sobre o futuro, pessimismo excessivo ou incapacidade de tomar medidas efetivas devido à ansiedade ou ao pensamento excessivo. Comum em indivíduos que dependem fortemente da função Ni ou Si.
Assertividade: Usar uma maneira direta e firme, porém respeitosa, de comunicar suas necessidades, pensamentos ou sentimentos para garantir o bem-estar pessoal.
Pode ser prejudicial se, inadvertidamente, produz conseqüências sociais negativas ou produz conflitos, especialmente quando se confronta com pessoas instáveis. Comum em indivíduos com uma função T saudável e/ou funções extrovertidas saudáveis.
Humildade: Diminuir as expectativas ou minimizar a sensação de auto-importância, a fim de se preservar, se adaptar, acomodar os outros, melhorar a infelicidade ou encorajar a harmonia/cooperação.
Pode ser prejudicial se feito inconscientemente e leva a negar necessidades pessoais ou baixa auto-estima. Comum em indivíduos com inteligência emocional decente.
Humor: Procurar os aspectos engraçados ou absurdos de situações negativas ou estressantes, a fim de aliviar o humor ou melhorar a atitude de alguém.
Pode ser prejudicial se feito inconscientemente e usado em vez de abordar adequadamente a fonte original de estresse. Comum em indivíduos em níveis médios altos de desenvolvimento do ego, bem como indivíduos com inteligência emocional decente.
Sublimação: Canalizar pensamentos, sentimentos ou impulsos inaceitáveis para um meio mais aceitável e produtivo (como trabalho, arte, humor), usando assim a energia psicológica positivamente em oposição ao reforço de padrões cognitivo-comportamentais negativos.
Pode ser prejudicial se feito em vez de abordar a fonte original de desconforto. Comum em indivíduos em torno de níveis médios altos de desenvolvimento do ego.
Tava querendo comentar alguma postagem há tempos, mas sempre dava uma merda diferente no celular.
Queria agradecer pelo seu empenho em falar sobre esse assunto, e também por me ajudar a achar meu tipo com suas pos tagens.
Também queria enaltecer o fato de vc traduzir esses posts maravilhosos que me ajudam cada vez mais a me encontrar, mas que eu não teria paciência pra ler em inglês.
É ótimo passar as madrugadas aqui, estudando sobre MBTI ❤
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Imagina! Obrigado você pelo comentário que anima a continuar…
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Qual seu tipo? Desculpe a curiosidade…
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